domingo, 10 de outubro de 2010

Amém.


Rezo todos os dias
Pra parar de escrever
Ser poeta cansa
Melhor ficar vazio
Sem hipérboles, metáforas ou mal me quer
Poeta sofre!
Fica inventando receitas de felicidade
Desenhando amores em giz de cera
Poeta é um saco!
Rezo mesmo
Pai nosso que estais no céu
Fazei com que eu
Num esforço mínimo de razão
E num momento sublime de clareza
Deixe a caneta cair no chão
E nunca mais ponha sobre a mesa
Perdoa Pai minha insistência
Vivendo sedutoramente entre as palavras
Me livra da tentação dos versos
E assim longe dos pecados da poesia
Que eu tenha enfim uma vida sem palavras
Amém.

By Leeh.

2 comentários:

Anelise Todt disse...

Adorei esta poesia! Me lembrou a ironica simples e gostosa do Drummond! Beijos e mais beijos!

Anelise Todt disse...

Ops, ironia hehehe