terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Desabafo.


Se eu pudesse excluir o tempo
Ou parar o vento
Quem eu seria agora?
Sem um pouco deste sofrimento
Que eu carrego mundo afora?
Já me acostumei com as marcas
Pequenas feridas mal cicatrizadas
Que insistem em me recordar
Dos muitos tropeços da jornada
Uma fórmula mal resolvida
Uma equação mal calculada
Mas eu vou
Meio trôpego
Pela ribanceira
Olhando tudo lá do alto
Sem medo de pôr a cara no asfalto
A olhar os cortes que já não fazem dor
Um olhar assim meio vago
Um tom meio acinzentado
Um corpo indolor
Talvez esteja com febre
Talvez a vista cansada
Viajante do tempo
Esperando o movimento
De aplaudir e gritar
Enfim...
O fim chegou!

Um comentário:

Tati Tosta disse...

Gosto desses desabafos soltos, mostram bastante nossas fragilidades e agônias.

É o tempo que leva e trás as pessoas, as sensações, os momentos... O tempo que altera a gente, quem anda com a gente, quem toca ou não de forma profunda e sincera o coração da gente.
É bom poder esperar o tempo trabalhar porque bem sabemos que podemos ficar sossegados, um momento ou outro as boas emoções chegam e alma grita de alegria sossegada.

Beijos